Cultuar o Sol, adorá-lo. É ele que nos traz a vida, que nos faz crescer, que alimenta a flora, que ilumina nossos dias, que se esconde para podermos descançar. Ele é o nosso Deus. Nosso único Deus.
Hoje, nenhuma religião cultua o Deus Sol. Mas, há muito tempo atrás, especificamente em 1.348 a.C, no Egito antigo, o faraó Akhenaton, contra todos os consagrados deuses egípcios, instituiu o ATONISMO, o culto ao Deus Sol, o único Deus existente.
Uma atitude audaz, diante de todo o legado politeísta que a civilização egípcia possuia. Era necessário, pela cultura egípcia, que cada rei associasse a sua pessoa e seu reinado a um deus do panteão. Akhenaton então disse que o deus Aton era único, era o deus criador do universo e responsável por tudo que acontecesse na vida das pessoas. Segundo Akhenaton, o Universo só poderia ter sido criado por uma única mente superior ao contrário de uma sociedade viciada em deuses de pedra utilizados como elementos de barganha e mesquinharias do dia-a-dia.
Akhenaton pregava também a igualdade entre todos os seres humanos, independente de sua posição social ou econômica, além de grande respeito e cultura com a natureza. Coube ao clero egípcio, elaborar sistemas cosmológicos e teológicos muito explicativos que justificasse a posição do rei e legitimar o seu poder.
Nos dias de hoje o atonismo possui muitos fãs. Tem ganhado cada vez mais adeptos pela valorização da natureza e da beleza que pregava. Muitos seguidores hoje se envolvem em projetos sociais e ambientais.
Os princípios básicos do atonismo eram:
Aton é o responsável pela criação e manutenção do Universo;
Igualdade entre todos os seres humanos;
Importância da natureza, e
Valorização da arte e da beleza.
Fato curioso é que a religião, oficialmente, durou apenas 12 anos. Após a sua morte, o atonismo foi suprimido pelos faraós que o sucederam. Aqueles que continuavam a adoração ao Deus Aton, foram perseguidos. Ao longo do tempo, a religião acabou sendo esquecida. Vejamos a cronologia dos fatos:
Em 1.353 a.C - Amen-hotep IV assume o trono egípcio. Foi o 2º filho de Amen-hotep III. Recebeu educação exemplar literária e religiosa;
Em 1.348 a.C - No 5º ano de seu reinado, Amen-hotep IV mudou seu nome para Akhenaton (aquele que é agradável a Aton) e proclamou o deus único Aton;
Em 1.346 a.C - Akhenaton contruiu a cidade de AKHETATON (O horizonte de Aton), como centro do culto ao deus Aton e símbolo da religião. Transferiu sua corte para ela. Sua localização era entre as cidades de Tebas e Memphis, num lugar deserto. Hoje, a cidade tem o nome de AMARNA.
Em 1.336 a.C - Akhenaton morre aos 29 anos. É o fim do atonismo como religião oficial do Egito.
O culto ao deus Aton era baseado na contemplação do sol nascente e poente. A prática da fé era através de orações diárias e rituais de homenagens a natureza e a beleza. Durante o reinado de Akhenaton surgiu um movimento artístico chamado Armana (mesmo nome que a cidade criada por ele tem hoje) que estilizava traços humanos na representação do deus Sol Aton. Sabe-se que a arte atonista influenciou movimentos artísticos como o renascimento italiano e o modernismo.
Textos do rei Akhenaton e do deus Aton foram encontrados em vários túmulos, em especial na tumba de Tutankhamon descoberta em 1.922 d.C. Nela, encontrou-se muitas informações sobre o atonismo. Tutankhamon foi o único descendente masculino de Akhenaton.
Ressalta-se a grande importância de sua esposa Nefertiti, companheira de sempre em suas decisões e muito influente nas ações sociais. Seu busco, hoje está no Museu Neues em Berlim.
Alguns estudiosos acreditam que o atonismo pode ter influenciado o desenvolvimento do monoteísmo judáico e cristão, pelo fato de que Moisés ter sido criado na corte egípcia.
Como a fé é curiosa......
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