Fundada pelo Guru (Baba) Nanak (1469-1539) na fronteira entre a Índia e o Paquistão, o Sikhismo é uma religião que mescla conceitos do islamismo e do hinduísmo. É conhecida como a religião dos 10 gurus. Além de Nanak, outros 9 gurus foram, no decorrer do tempo, desenvolvendo e aperfeiçoando a religião.
Hoje o Sikismo conta com 26 milhões de fiéis, sendo a 5a. maior religião do mundo. A Índia abriga cerca de 20 milhões, havendo comunidades sikhs em vários países como o Reino Unido (850 mil), Canadá (470 mil), EUA (700 mil), Singapura, Malásia, Grécia e outros.
Os templos sikhes são chamados de GURUDWARA. O mais importante deles é o Templo Dourado (Harimandir Sahib) localizado na cidade de Amritsar, estado de Punjab, na Índia. Foi construído em 1577 pelo 4º Guru, RAM DAS. Foi destruído várias vezes pelos exércitos mongóis e afegãos. Em 1809 foi reconstruído se utilizando mármore e cobre. Em 1830 foi revestido com folhas de ouro.
Os três pilares fundamentais do Sikhismo são:
NAM JAPAM - Ter Deus presente na mente em todos os momentos;
KIRT KARNI - Sustentar-se pela prática do trabalho honesto, e
VAND CHHAKNA - Compartilhar o fruto do trabalho com os necessitados.
A principal ideia dos ensinamentos do Sikhismo é que nós vivemos um KARMA, visto como uma influência vinda de ações praticadas em vidas anteriores. O Sikhismo defende a tolerância e a igualdade, e crê que somente através de nossos próprios esforços é que nos libertaremos do karma. Afirma que, os homens estão separados de Deus, por serem egocêntricos. A libertação é a união com Deus.
Sua história nos mostra alguns fatos interessantes. Em 1605, o imperador mongol JAHANGIR (que dominava a Índia), incomodado com a popularidade do 5º guru, ARJAN DEV, mandou matá-lo. Os sikhes então se militarizaram.
O 8º guru, TEGH BAHADUR, também foi executado em Delhi, devido a sua forte oposição às ordens mongóis para que os hindús se convertessem ao islamismo. O último guru, GOBIND SINGH, em 1699, determinou que todos os Sikhes adotassem os cinco Ks, como sinal de diferenciação entre eles e os islâmicos e os hinduístas. Este movimento se chamou KHALSA (Pureza). Os sinais são:
KESH: não cortar o cabelo. Ele deve ficar enrolado debaixo de um turbante;
KANGHA: pente de madeira usado para segurar e pentear os cabelos;
KIRPAN: espada ou punhal usada na roupa como símbolo de defesa dos oprimidos;
KACHHA: calção curto para facilitar a movimentação;
KARA: bracelete de aço ou de ferro simbolizando a união entre Deus e a comunidade Khalsa.
A região do Punjab, local de nascimento do Sikhismo, se anexou à Índia Britânica em 1849. Em 1966, Punjab foi definido como um pequeno estado da Índia. Os sikhes buscavam autonomia. O governo indiano não aceitou as exigências religiosas e econômicas dos sikhes. O exército indiano atacou o Templo Dourado, fato que se diz ter sido o motivo do assassinato de Indira Gandhi em 1984, por guardas sikhes de sua segurança pessoal.
Entre os rituais sikhistas se destacam a escolha do nome de um recém-nascido. Os pais vão a um GURUDWARA (Templo) e aleatoriamente abrem o Livro Sagrado (Guru Granth Sahib). O nome da criança então é escolhido de acordo com a primeira letra da página do lado esquerdo. No casamento, os noivos dão quatro voltas contornando o Livro Sagrado enquanto entoam hinos religiosos.
Resta ressaltar que no Reino Unido e nos EUA, os sikhes fazem campanhas em prol do reconhecimento por parte de governos, empresas e escolas, quanto ao uso dos turbantes e kirpans (espadas).
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