Nem tudo que neles é narrado demonstra precisão, colocando em dúvida a verdade. Acredita-se que eles contenham falsidades e fantasias sobre a vida e fatos que ocorreram com os personagens descritos.
São livros de autores cristãos e pré-cristãos considerados como NÃO inspirados por Deus, e assim, não foram escolhidos para fazer parte do cânone (conjunto de livros) de uma religião cristã.
Estima-se que a quantidade seja de 113 livros, 52 relativos ao Antigo Testamento e 61 ao Novo Testamento. Entre eles, alguns mostram a imagem de Cristo de forma mundana (aquele que gosta dos bens e prazeres do mundo), e foram escritos a mais de 200 anos após sua morte. Outros falam de Deus de forma cruel, como uma pessoa sem sentimentos.
A religião cristã possui muitas Igrejas. Cada Igreja, a seu critério, pode considerar um livro como apócrifo ou como pertencente ao seu cânone. Para compreender melhor, vamos analisar a quantidade de livros do Antigo Testamento nas religiões cristãs:
Entre os livros apócrifos do Antigo Testamento, a Igreja Protestate é a que considera o MAIOR número, devido ao fato do seu cânone ter o menor número de livros (comparado com as demais Igrejas). A Igreja Ortodoxa Etíope é a que considera o MENOR número.
Entre as Igrejas Protestante e Católica Romana, a diferença é de 7 Livros. Para a Igreja Protestante estes livros são apócrifos pois foram encontrados em manuscritos gregos, contrastando com os hebráicos. Porém a Igreja Católica Romana, e outras cristãs, os admitiram como canônicos depois de cinco Concílios: o de Roma em 382 d.C, de Hipona (393 d.C), Cartago (397 d.C), Florença (1431) e Trento (1545). Só depois do Concílio de Trento é que se teve a certeza de serem canônicos. São os chamados livros DEUTEROCANÔNICOS. São eles os livros de Tobias, Judite, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, I e II Macabeus e Baruque.
Apesar de não pertencerem ao cânone de várias Igrejas cristãs, os livros apócrifos são muito estudados pelos teólogos pois sua narrativa ajuda a revelar fatos e curiosidades a respeito da história das religiões e dos primórdios do cristianismo.
Entre eles, o mais famoso é o LIVRO DE ENOQUE, considerado apócrifo para todas as Igrejas, com exceção da Igreja Ortodoxa Etíope e da Igreja Batista Abissínia. Ele é considerado como a BÍBLIA PROIBIDA. A única versão completa é uma tradução etíope de uma versão grega feita na Palestina por volta de 300 a 200 a.C. Foram encontrados vários fragmentos aramaicos com citações do Livro de Enoque nos "Manuscritos do Mar Morto" descobertos em 1947, comprovando que o livro era seguido por judeus e primeiros cristãos.
Na primeira parte do Livro de Enoque é descrito a queda dos chamados Vigilantes conhecidos como Anjos Caídos que se apaixonaram pelas mulheres humanas gerando os Neflins ou gigantes que habitaram a Terra. Enoque gerou seu filho Matusalém quando tinha 65 anos e ANDOU COM DEUS mais trezentos anos gerando outros filhos e filhas (Gênesis 5:21-24). Diz-se que ele foi arrebatado (não morto) onde seu corpo e sua alma ascenderam aos céus. Foi levado a Deus da mesma forma e pelo mesmo motivo que Elias (2Reis:11), que subiu aos céus numa carruagem de fogo. Muitos ufólogos associam a ida de Enoque e de Elias como abduções por seres extraterrestres e a carruagem de fogo como uma nave espacial.
Ainda na primeira parte do livro descreve-se as viagens, sonhos e visões que Enoque teve no céu, além de revelações apocalípticas. Os ufólogos associam com outros planetas e galáxias que ele teria visitado.
A segunda parte contém 3 sermões do Apocalipse, e cita a vinda do Messias. A terceira parte trata dos mistérios astronômicos que o Arcanjo Uriel mostrou a Enoque. A quarta parte fala suas visões sobre a origem do mundo e o acontecimento de um dilúvio, com muita semelhança ao narrado em Gênesis. Noé era bisneto de Enoque.
É um livro PSEUDOEPÍGRAFO, ou seja, não se sabe o autor
Outro livro apócrifo famoso é o LIVRO DE TOBIAS, considerado apócrifo para a Igreja Evangélica, mas aceito pelas demais igrejas cristãs. É uma narração antiga de origem judaica escrita por volta de 200 a.C. Não é uma história real, mas sim, uma espécie de novela que transmite ensinamentos e exemplos. Tobit, chefe de família judaica, fica cego e envia seu filho Tobias para a casa de um amigo distante. A viagem é protegida pelo arcanjo Rafael. Na viagem, Tobias encontrou sua prima Sara que era atormentada por um demônio chamado Asmodeu, o qual tinha matado 7 maridos dela, antes de terem relações sexuais. Estimulado pelo arcanjo Rafael, Tobias se casou com ela e afugentou Asmodeu com a fumaça da queima de fígado de peixe. Voltando para casa, Tobias curou a cegueira de seu pai usando fel do peixe que possuía.
Um livro apócrifo para todas as Igrejas é o PRIMEIRO LIVRO DE ADÃO E EVA. Ao saírem do paraíso, Adão e Eva receberam ordem de habitar numa caverna chamada "A caverna dos tesouros". Eles sofreram muito, principalmente no 1º ano após sua expulsão. Por várias vezes tentarem se matar, até que tiveram os primeiros filhos (Caim, Abel e suas irmãs, não mencionadas na Bíblia). O casal teria se arrependido amargamente e alcançado perdão. Satanás tentava matá-los e os enganava transformando-se em um anjo de luz. Mesmo estando fora do paraíso, Adão e Eva ouviam a voz de Deus, que respondia as suas perguntas.
Como a fé é curiosa.......
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