Talvez, sem a atuação de Paulo de Tarso, o cristianismo teria ficado como uma seita judaica. Foi Saulo de Tarso (Paulo na versão romana), o apóstolo dos gentios (não judeus). Foi ele quem espalhou as ideias de Jesus Cristo pelo mundo não judaico. Muitos acreditam que ele seja o grande impulsionador, ou talvez, o fundador do cristianismo, a religião com maior número de fieis no mundo.
Sua educação e atuação no governo do Império Romano
Saulo nasceu na cidade de Tarso na Turquia, local em que o povo, naquela época, era ávido por atividades culturais, em especial a filosofia e as artes. Sua família era de grandes posses e prestígio político. Teve a melhor educação. Há autores que afirmam que ele estudou em Jerusalém sob o ensino de Gamaliel, um renomado doutor da lei.
Paulo foi um intelectual para sua época. Diz-se que ele foi oriundo de três culturas distintas: a) da cultura judaica fiel à Torá; b) da cultura helênica que na época tinha se impregnado em todo o mediterrâneo oriental e c) da cultura romana.
Paulo tornou-se um fariseu, um militante de uma espécie de partido muito criterioso em relação à lei mosaica. Os fariseus se sentiam superiores aos demais habitantes de Jerusalém. Divergiam de outro grupo importante, os saduceus. Paulo celebrizou-se por seus vastos conhecimentos rabínicos. Aprendeu o ofício de fazedor de tendas (que eram usadas em viagens).
Embora fosse filho de um fariseu, tornou-se um cidadão romano. Tornou-se membro do concílio de Roma e recebeu a comissão do sumo sacerdote para perseguir os cristãos. Ele odiava a nova seita (cristianismo), desprezava Jesus Cristo, e considerava os seus discípulos como elementos perigosos.
Sua corversão ao cristianismo
Paulo seguia com seus companheiros em direção a Damasco onde iria prender cristãos e levá-los a Jerusalém. Estando quase chegando na cidade, aparece uma luz muito forte que o cega. Ao mesmo tempo, ouve uma voz que diz a ele: "Saulo, Saulo, por que tu me persegues?" Ouve também: "Eu sou Jesus, a quem tu estás perseguindo, mas levanta-te, entra na cidade e te dirão o que deves fazer". Paulo foi levado à cidade e ficou hospedado na casa de Judas. Estava cego e nada comia.
Um cristão chamado Ananias recebe uma visão de Jesus pedindo-lhe para ir até Paulo. Estranhou a mensagem, pois Paulo era um perseguidor de cristãos. O senhor insiste: "Vai porque este homem é para mim um instrumento de escol para levar o meu nome diante das nações pagãs, dos reis, e dos filhos de Israel".
Ananias entrou na casa onde Paulo estava e impôs as mãos sobre ele invocando Jesus Cristo. Paulo então recuperou sua visão e finalmente se alimentou depois de 3 dias que lá estava, recuperando suas forças. (Atos 9:3-19)
O início de seu ministério
Paulo se converteu ao cristianismo. Pregou brevemente em Damasco e depois foi a Arábia onde ficou cerca de 3 anos. A Bíblia não esclarece o que fez alí. Estudiosos crêem que orou em penitência.
Retornou a Damasco e começou a pregar nas sinagogas que Jesus era o Cristo esperado. Provocou uma oposição tão grande que precisou fugir. Fugiu então para Jerusalém. Tentou então juntar-se aos discípulos, mas não foi bem aceito por desconfiança em sua conversão. Barnabé se dispôs a apresentá-lo a Pedro, o lider cristão. Ficou junto de Pedro por cerca de 15 dias e, novamente, sofreu ameaças de morte por parte dos judeus. Teve de fugir antes de se encontrar com os outros apóstolos.
Paulo foi para sua cidade natal, Tarso. Passou alí cerca de 10 anos. Esse período é chamado de "período silencioso" de Paulo. Alguns estudiosos afirmam a possibilidade dele ter fundado algumas igrejas na região.
Barnabé foi escolhido pelos apóstolos para evangelizar Antióquia (Hoje Antáquia, na Turquia). Solicitou que Paulo fosse junto com ele como obreiro auxiliar. Antióquia era a terra dos gentios (não hebreu ou pagão). Começou assim, o grande trabalho de evangelização dos gentios feito por Paulo.
As viagens missionárias
Suas viagens abrangeram um período de 10 anos e ocorreram principalmente em 4 províncias do Império Romano: Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia. Concentrou-se nos maiores centros populacionais de cada província.
1a. Viagem missionária - Atos 13:1-14:28
Ocorreu por volta de 44 - 50 d.C. Ponto de Partida: Antióquia. Concentrada na província romana da Galácia e na Ilha de Chipre. Barnabé foi o lider até parte da viagem enquanto Paulo era o pregador principal. Paulo assumiu a liderança da missão.
2a. Viagem missionária - Atos 15:36 - 18:22
Feita entre 50 - 54 d.C. Extendeu-se até a Europa sendo concluída na Macedônia e Acaia. Visitou as cidades de Filipos, Tassalônica, Beréia, Atenas e Corinto. Em Corinto permaneceu um longo tempo pregando o evangelho e exercendo sua profissão de fazedor de tendas. Enviou a Epístola aos Gálatas e as Epítolas aos Tessalonicenses.
3a. Viagem missionáfia - Atos 18:23 - 21:16
Ocorreu entre 54 e 58 d.C. Paulo atravessou a região da Galácia e Frígia prosseguindo até a Ásia na cidade de Efeso, onde ficou um tempo maior. Supoem-se a fundação de algumas igrejas neste período. Escreveu a 1a. Epístola aos Corintos. Fez a 2a. visita a Corintos e regressou a Efeso. Partiu para a Macedônia. Escreveu em Filipos a 2a. Epístola aos Corintios. Passou pela terceira vez em Corintios e de lá, escreveu a Epístola aos Romanos.
Como resultado, o evangelho se espalhou consideravelmente. Estudiosos estimam que até o final do período apostólico, o número de fieis chegou a 500 mil.
Prisões e morte de Paulo
Em 61 d.C foi preso em Jerusalém e transferido para Casareia para evitar seu linchamento. Ficou 2 anos sob custódia militar, gozando de relativa liberdade. Neste período escreveu as cartas aos Filipenses, aos Colossenses aos Efésios e a Filemon. Foi inocentado em 63 d.C. Viajou até a Espanha e visitou também suas comunidades no Oriente.
Foi novamente preso sob a acusação de seguir religião ilegal e, em 67 d.C, foi levado a Roma e condenado a morte por Nero.
Paulo, o maior lider do cristianismo
Sua conversão é celebrada pela igreja católica romana eo dia 25 de Janeiro. Sua morte é celebrada dia 29 de Junho. Não era oficialmente um apóstolo, mas foi considerado o apóstolo dos gentios por causa de sua grande obra missionária nos países gentílicos.
Paulo pode ser considerado como o grande responsável pelo crescimento do cristianismo.
Como a fé é curiosa!
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