PAN é tudo. THEOS é Deus. Deus é encontrado em todo o cosmos como uma unidade que o abrange. Desta forma, Deus não existe como um Ser ou como um Espírito criador do universo. A realidade divina é a única realidade que existe. O universo é uma manifestação ou uma emanação de Deus.
O conceito do panteísmo cresce com as ideias teológicas de Baruch Espinosa descritas na sua obra Ética (lançada em 1677), na qual ele declara que corpo e espírito eram o mesmo elemento. O filósofo Espinosa é considerado como um dos mais célebres defensores da crença. O conceito fica famoso com as afirmações de Albert Einstein que disse acreditar no Deus de Espinosa.
O panteísmo é uma doutrina que conceitualmente se harmoniza com diferentes religiões ou filosofias como o NATURALISMO, o PAGANISMO, o INDIGENISMO, o XAMANISMO, a FILOSOFIA PRÉ-SOCRÁTICA, o TAOÍSMO, o ZEN-BUDISMO e o HINDUÍSMO. Muitos especialistas religiosos o consideram como o SENTIDO LÓGICO que une todas as religiões não-criacionistas. Seus adeptos não crêem num Deus pessoal que seja criador do homem e do universo.
Hoje, o conceito PANTEÍSTA É considerado em muitas visões científicas que visam aproximar o HOLISMO do MECANICISMO. Se harmoniza também, com a crescente adesão do NATURALISMO, ou seja, o respeito cada vez maior das pessoas com a natureza e o meio-ambiente.
Três importantes atuais pesquisadores, escritores e cientistas se destacam expondo conceitos que seguem a linha de pensamento do PANTEÍSMO. São eles: LOVELOCK, CAPRA e MORIN. Os três autores possuem uma visão panteísta do mundo, vendo a Terra como um todo vivo que busca sua preservação, envolto num aspecto metafísico-religioso. Suas concepções de vida e natureza são muito próximas das magias e dos encantamentos, vendo-as de forma não mecanicista.
James Lovelock (1919-2022) foi um pesquisador e ambientalista. Idealizou a Teoria de Gaia, a qual considera o nosso planeta como um super-organismo cheio de vida. Para ele, Gaia (Terra) não está conseguindo se manter. Gaia assume o papel de Deus, buscando nos mostrar através das mudanças climáticas, uma moralidade que visa orientar a conduta prática do mundo. Ele afirma que as principais religiões do mundo nunca tiveram a preocupação com a natureza, sobrevalorizando sempre os humanos e muito pouco o ambiente em que vivemos.
Fritjof Capra (1939 - ), pesquisador e físico, defende uma abordagem holística ou sistêmica da ciência. Seu trabalho procura estabelecer relações entre a física e o pensamento místico. Para ele, todas as coisas e eventos do mundo estão profundamente interligados como se fossem manifestações de uma mesma unidade. A física clássica desencantou o mundo por não considerar a espiritualidade e os mistérios da natureza.
Edgar Morin (1921 - ), antropólogo e sociólogo, é autor da Teoria da Complexidade que expressa a capacidade de interligar diferentes dimensões da realidade, buscando compreender as incertezas, indeterminações e fenômenos aleatórios relacionando-os com a ideia do ACASO.
Hoje, pensadores já consideram a existência do PANTEÍSMO CIENTÍFICO onde os cosmos é um elemento divino e a Terra é sagrada. As ideias de Lovelock, Capra e Morin são 3 visões panteístas que poderão constituir alicerces para, aos poucos, a humanidade sofrer um reentendimento do conceito divino, dando mais importância e valor à natureza e aos elementos espirituais, e não só aos conceitos religiosos que buscam a salvação humana.
Como a fé é curiosa!
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