Os judeus são considerados incompletos se não se casarem. É com o casamento que eles se completam. O marido e a esposa estão se fundindo, formando uma única alma.
No judaismo, o casamento é esperado para cumprir o mandamento de ter filhos, como se fosse para compensar todas as mortes por perseguições religiosas que o povo judeu já sofreu. Relações sexuais são esperadas de forma regular. Esta obrigação é chamada de ONAH, constituindo-se um mandamento religioso.
No judaismo o casamento é visto como algo muito sagrado. Talvez por isso, é repleto de simbolismos e etapas que marcam sua importância dentro dos dogmas judaicos. Cada etapa do casamento tem um significado, desde a oficialização do noivado até o KIDUSHIN, momento da consagração no casamento. A cerimônia religiosa pode ser realizada em uma sinagoga, ou num campo, na praia e até mesmo num buffet.
Em algumas comunidades judaicas, muitos casamentos são propostos por um profissional casamenteiro (SHADCHAN). Neste caso, o casal não é obrigado a se casar. SHIDUCH é o nome deste sistema. Ele visa somente organizar as apresentação, sem forçar a concretização do casamento.
O NOIVADO (IRUSSIM)
Pela lei judaica, o noivado é um momento onde o casal se compromete casar num momento futuro. A promessa é formalizada no KETUBA, um documento que descreve as responsabilidades de ambos. O KETUBA é lido tanto na festa de noivado (se ocorrer) quanto na cerimônia do casamento. Após a leitura, as mães dos noivos quebram um prato de porcelana. A porcelana quebrada não pode ser consertada. O noivado firmado não deve ser defeito.
NOS DIAS ANTERIORES À CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO
O BANHO PURIFICADOR (MIKVEH)
Separadamente, noivo e noiva devem participar de um ritual realizado num mikveh, um banho ritual judaico. Mikveh é uma pequena piscina que contém água purificada com profundidade para cobrir uma pessoa média até o pescoço. O ritual é todo supervisionado por autoridades, desde a validade do motivo de realização do banho, até os cuidados de higiene pessoal antes de entrar na piscina.
Normalmente a noiva toma seu banho dois dias antes da celebração do casamento. O noivo, se possível, mergulha no próprio dia do casamento.
Há o costume de no Shabat que antecede o dia da celebração do casamento, o noivo ler a Torá na celebração da sinagoga que faz parte. A cultura religiosa judaica diz que os noivos devem ficar separados sem nenhum contato por uma semana. Hoje, porém, há casais que ficam sem contato somente no dia da celebração do casamento.
NO DIA DA CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO
O JEJUM DOS NOIVOS
O casal deve jejuar do nascer do Sol até o final da cerimônia, simbolizando a purificação do corpo e da alma. O casal deve fazer sua primeira refeição juntos (após a realização da cerimônia).
A RECEPÇÃO (KABALAT PANIN)
Pouco antes da celebração do casamento, noivo e noiva ficam prontos em salas diferentes sem poderem se encontrar. Nestes locais, recebem seus convidados que os cumprimentam e comentam fatos marcantes de suas vidas. Cada convidado no ambiente fica do lado do noivo ou da noiva. Eles só vão se juntar na festa, após a celebração.
O VÉU DA NOIVA (BADEKEN)
Ao final da KABALAT PANIN, e antes de iniciar a cerimônia, o noivo, acompanhado por seus pais e outros homens da família, vai até onde a noiva se encontra e cobre seu rosto com um véu. É comum a noiva colocar a QUIPÁ (pequeno chapéu) na cabeça do noivo. O ato representa a expressão do compromisso do casal em aceitar um ao outro plenamente.
A CELEBRAÇÃO
Cinco ritos compõem a celebração judaica:
1 - KETUBA
O KETUBA ou o contrato matrimonial é assinado primeiro pelo rabino, depois pelos noivos e por duas testemunhas não familiares. Este ritual é restrito aos noivos e as testemunhas, e acontece um pouco antes da cerimônia.
2 - TROCA DE PRESENTES
O noivo presenteia a noiva com um par de castiçais para uso no ascendimento das velas no Shabat e nos feriados religiosos. A noiva presenteia o noivo com um Talit, um manto sagrado de orações.
3 - CERIMÔNIA
A cerimônia é realizada numa CHUPÁ (Um altar judaico. Uma tenda de panos finos apoiados em 4 pés).
Os pais levam os noivos à CHUPÁ carregando velas acessas. Dentro da CHUPÁ, os pais da noiva e a noiva dão SETE VOLTAS AO REDOR DO NOIVO. Este ato simboliza os sete dias de criação do mundo.
4 - KIDUSHIM (Consagração)
A benção é recitada pelo rabino com uma taça de vinho em agradecimento a D'us pela união do casal. Logo a seguir, os noivos são servidos com taças de vinho.
5 - TROCA DAS ALIANÇAS
O noivo tira o véu da noiva e ambos bebem um pouco de vinho. Ocorre então a troca das alianças entre os noivos, colocada no dedo indicador de cada um. O noivo diz, em hebraico: “Que você me seja consagrada, através desta aliança, conforme as leis de Moisés e de Israel”. A noiva diz, também em hebraico: “Eu sou do meu amado e o meu amado é meu”. O rabino então lê a KETUBA e profere a SHEVA BRACHOT (Sete bençãos) para o casal.
AO FINAL...
QUEBRA DA TAÇA
No final o noivo quebra a taça com o pé, seguido de gritos de mazal tov (felicidades!), este é o sinal de encerramento da cerimônia e início da festa. No Judaísmo Liberal se sugere aos noivos que tenham dois copos e que cada um quebre o seu respectivo copo.
Há vários significados para a quebra do copo, como a fragilidade das relações humanas ou a destruição do Templo de Jerusalém.
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