Em Roma, entre os Séc. I e II, na época que o cristianismo primitivo começou a crescer, o culto ao Deus Mitra era muito difundido entre os romanos. Em especial, entre os soldados e os generais. A medida que o império crescia, a adoração a Mitra se tornava mais forte. Realizavam-se constantes sacrifícios em seu nome.
Estudiosos das religiões demonstram a grande similaridade que existiu entre os costumes do cristianismo, os quais perduram até hoje, com o mitraísmo. Vamos resumí-los no quadro a seguir:
O Mitraismo em Roma
O culto ao deus Mitra provavelmente foi introduzido pelos soldados romanos nos anos 71/72 d.C, conforme inscrições arqueológicas. No final do Séc. II, o mitraismo já estava popularizado no exército romano bem como entre os comerciantes, funcionários e escravos. Os imperadores romanos protegeram o mitraismo porque sua estrutura hierarquizada reforçada seu poder. Mitra foi o símbolo da autoridade.
No entanto, havia concorrência com o cristianismo que começou a ganhar adeptos, principalmente pelas mulheres as quais eram desconsideradas pelo mitraismo. Durante o séc. IV, por volta do ano 390, o cristianismo se torna a única religião.
A admissão à completa participação de uma pessoal no culto do mitraismo era composto por um ritual de iniciação composto por sete sacramentos, sendo o batismo o mais importante junto com uma refeição sagrada com pão, água e vinho. Incluía-se também a purificação com a lavagem cerimonial do corpo com água, a queima dos incensos, os cânticos sagrados e a guarda dos dias santos.
O culto ao deus Mitra era realizado em templos chamados Mitreu. Começaram por cavernas naturais optando-se depois por construções escuras. O templo era pequeno, não podendo receber mais de 30 pessoas. Estima-se que haveria pelo menos 680 mitreus na cidade de Roma. Cerca de 420 sítios arqueológicos forneceram materiais sobre o culto. Alguns mitreus foram encontrados nas perfurações do metrô de Roma, em locais que pertenceram ao Império Romano onde se tinham quartéis e instalações militares. Vários achados arqueológicos representavam cenas icônicas de Mitra como seu nascimento de uma rocha, matando um touro e compartilhando um banquete com o Deus Sol.
O deus Mitra na Índia e na Pérsia
O deus Mitra era cultuado desde a cultura védica na Índia antiga. A primeira referência ao deus Mitra vem do séc. XIV a.C com os povos hititas. Foi um deus reverenciado pelos mais antigos povos povos arianos (povos indo-europeus). Era conhecido como DEUS DOS CONTRATOS. Mitra pertence ao panteão védico. É um deus moral, cuja responsabilidade primordial era a justiça dos atos e tratados.
Ao longo do tempo, o culto a Mitra se extende a todo império persa. Os reis persas o honraram como distribuidor da glória real, tomando-o como testemunha de seus juramentos e o invocando nos combates. Mitra era o deus que protegia os rebanhos, era o deus que garantia os contratos, deus dos combatentes, deus sarador, temível para os transgressores dos juramentos.
Na Europa, Mitra foi conhecido pelos gregos pelas conquistas de Alexandre, o Grande, e sua adoração se espalhou por Roma, provavelmente trazido pelas legiões romanas ao longo do séc. I. No séc. II prosseguiu sua expansão. Constantino em 312 promulga o Edito de Milan que autorizou a prática do cristianismo em Roma. Durante o reinado de Teodósio o Grande (379-395) se declara o cristianismo religião oficial do império, proibindo-se o paganismo. Ao longo do séc. V, o mitraismo desaparece.
Como as semelhanças são observadas
Apesar dos costumes, fatos e práticas se assemelharem muito, muitos historiadores e estudiosos das religiões afirmam que o surgimento do cristianismo ocorreu de maneira natural, não havendo associação direta com o mitraismo. Há de se registrar que, como se sabe, Mitra nunca existiu de fato, a não ser dentro das mitologias.
Como a fé a curiosa !
Fontes da pesquisa:
Site feedobem.com/artigos - Deus do Sol Mitra semelhanças com Jesus Cristo
Artigo "Mithra y el mitraísmo a lo largo de la história". Publicação de Carlos Diego
Site Wikipedia
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