Seu dogma central está na crença que Deus está dentro das pessoas. Deus é chamado de Haneullin. A humanidade é divina. O maior respeito deve ser dado às pessoas e não a um Deus celestial. Os cheondoístas crêem na igualdade entre todos os seres humanos, pois todos eles são sagrados. O universo em que vivemos está sendo recriado com a ascenção espiritual das pessoas.
A religião também é conhecida pelo nome de Chondoísmo, Cheondogyo ou Chondogyo. Seu significado literal é "religião do caminho celestial". É uma religião moderna que se originou no Séc. XX. É uma religião panteísta que incorpora elementos do xamanismo coreano. Ao longo do tempo, adaptou elementos de outras tradições coreanas oriundas do taoísmo e do budismo.
O Cheondoísmo possui quatro principais objetivos. São eles:
apoiar a nação e o povo;
espalhar a verdade no mundo;
livrar a humanidade do sofrimento, e
construir um paraíso na Terra.
Cheondoísmo. Suas práticas
Dois livros são considerados como suas escrituras sagradas, o DONGGYEONG DAEJEON e o YANGDAM YUSA. Os dois livros estão compilados na "Grande Escritura Sagrada", a qual também reúne outros textos relativos a sermões dos mestres HAEWOL e EULAM.
Para adquirir a salvação, o Cheondoísmo propõe as seguintes práticas:
O encantamento - um pedido feito a Deus para encher o crente de virtude e ajudá-lo a mantê-lo;
A água pura - realizar a oração da noite diante de uma tijela de água que simboliza harmonia, igualdade, liberdade e paz;
O dia do serviço - assembléia formal no domingo, onde se apresenta o incenso, recita-se o encantamento e ouve-se um sermão.
O arroz da sinceridade - separar grãos de arroz durante a preparação diária das refeições e ofertá-los à Igreja uma vez por mes.
Outras práticas reúnem rituais de entrada na religião, rituais voltados à autodisciplina e rituais em datas comemorativas como dia 5 de abril em homenagem a Choe Je-u.
Sua origem
A origem do Cheondoísmo remonta à história da Coréia. Por volta de 1860, um líder comunitário chamado Choe Je-u conceituou a ideologia Donghak, um movimento de caráter religioso que combatia o "aprendizado Ocidental". Era contrário ao catolicismo pois não via Deus como um elemento celeste. Naquela época, os coreanos buscavam a necessidade de modernizar os sistemas tradicionais espiritualistas. O Donghak foi combatido e Choe Je-u foi preso e decapitado em 1864. Suas ideias no entanto foram muito bem aceitas pela população. Estimativas de estudiosos falam que na época existiam de centenas a dezenas de milhares de simpatizantes.
Em 1905, o movimento Donghak resurgiu com o nome de IGREJA DO CHONDO, e cada vez mais ganhou simpatia e adeptos. Até 1945, ano em que a Coreia se tornou independente, o cristianismo era muito ativo no país. Pyongyang (hoje capital da Coréia do Norte) era chamada de "Jerusalém do Oriente". Ocorre, no entanto, na época, um movimento nacionalista contrário às ideias ocidentais oriundas principalmente do Japão, país que dominava a Coréia.
Após a rendição japonesa com o fim da 2a. guerra mundial (1945), a Coréia simultaneamente é ocupada pela URSS no lado Norte do país e pelos EUA no lado Sul. Estudiosos falam que o Cheondoísmo influenciou fortemente o movimento de independência da Coréia. A divisão da Coreia em dois países, Coreia do Norte e Coreia do Sul, foi consequência da GUERRA DA CORÉIA ocorria entre 1950 e 1953.
Cheondoísmo hoje na Coréia do Norte
A Coreia do Norte é oficialmente um país ATEU. Estatísticas mostram que cerca de 65% da população são irreligiosos. O Cheondoísmo é seguido por 13% da população, com cerca de 2,8 milhões de fiéis, sendo a 2a. maior religião. (perde para o Xamanismo Coreano). A constituição norte-coreana de 1972 deu maior liberdade à construção de novos edifícios religiosos. No entanto, a religião não deve ser usada como pretexto para atrair forças estrangeiras ou para prejudicar o Estado ou a ordem social. Por ser um país comunista com forte controle governamental, a liberdade religiosa é muito limitada. Muitos grupos religiosos não são autorizados, principalmente aqueles ligados à religiões de origem ocidental.
Existem 2 igrejas Cheondoístas em Pyongyang. Cada uma reúne cerca de 100 pessoas. Não há decoração do lado de fora. Outros 50 templos existem na Coreia do Norte e mais de 800 locais de oração onde cada um abriga de 10 a 20 pessoas. As reuniões ocorrem aos domingos.
Estudiosos afirmam que o Cheondoísmo na Coreia do Norte mudou de um movimento religioso para um movimento político. É a religião mais bem adaptada dentro do sistema social norte-coreano.
Na Coréia do Sul
Estima-se cerca de 5,2 milhões de Cheondoístas na Coreia do Sul, 10% da população. Cerca de 300 igrejas no país. Críticos sul-coreanos afirmam que cheondoístas sul-coreanos passam informações sobre o país para cheondoístas norte-coreanos, tornando-se porta-vozes anti-sul.
Como a fé é curiosa...
Referências da pesquisa:
Revista Athenaeum. www.athenaeum.umk ISSN 1505-2192. "Chondoist Religion in North Korea: Selected Aspects. Nicolas Levi
Wikipedia
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