Publicado em Roma no ano de 338, o livro "Sobre a Potencialidade da Alma" escrito por Santo Agostinho (Agostinho de Hipona) foi a obra pioneira da Patrística, vertente filosófica que ocorreu no final da antiguidade e início da Idade Média, reunindo os principais padres e pensadores da época como Minúcio Felix, Tertuliano, Ambrósio (Bispo de Milão), Jerônimo, Santo Agostinho e Boécio.
Santo Agostinho conceituou os 7 graus de magnitude da alma, os quais podem ser entendidos como a evolução da nossa alma ao longo da vida.
Estão prontos para conhecê-los?
Vale fazer uma auto-crítica, observando se as características de cada grau são reconhecidas em você. Avalie se já aconteceram, ou estão ocorrendo, ou se você aguarda que irão ocorrer e até mesmo se você crê que não ocorrerão.
Vamos enfim conhecer a evolução da nossa alma.
A alma conhece e vivifica o corpo terreno.
A alma mantém o corpo organizado. Ela busca sua manutenção, sua conservação, sua harmonia, sua aparência, seu crescimento e reprodução.
O poder da alma se relaciona com os sentidos humanos e com os movimentos corporais.
A alma procura o sexo oposto buscando uma vida no amor e na sociabilidade.
A alma acostuma-se ao meio ambiente.
A alma dá valor à memória, aos costumes, gostos e perigos.
Ocorre o sentimento do desejo. Ocorre a intenção nas coisas intencionalmente pretendidas.
A alma conserva tudo aquilo que já obteve.
A alma dá valor a arte e as técnicas que fazem o mundo grande como a pintura, a escultura, os idiomas e os livros.
A alma nos faz querer participar do mundo, nos sentir importante.
A alma faz conjecturas do futuro (como o mundo vai ser?)
Cresce na alma o desejo da bondade e do louvor.
A alma ousa a se sobrepor ao corpo e ao universo, sentindo-se muito grande, forte e potente.
A alma aprende a estimular sua potência e sua beleza.
A alma aprecia o convívio social.
A alma não deseja aos outros o que não quer para si.
Ocorre na alma muita luta contra as seduções do mundo.
Medo da morte.
A alma se sente livre de quase todas imperfeições.
A alma fica em estado de alegria pela evolução que teve.
Sente pouco medo. Pouco liga para os acontecimentos materiais.
A alma se recusa a fazer aquilo que acha errado.
A alma preza pela verdade e compreende sua grandeza.
A alma consegue compreender em profundidade o que ela é.
A alma dirige o olhar da mente de modo sereno e adequado.
Espírito de retidão.
O pensamento de afasta de todas as paixões.
Valor espiritual muito elevado.
A alma conquista seu lar.
A alma conquista a "alegria do bem".
A alma conquista sua serena eternidade.
É chegar à Sabedoria de Deus.
Santo Agostinha finaliza com a frase: "Somente Deus é superior à alma e somente ele deverá ser adorado".
Algo curioso para terminar o post: Santo Agostinho antes de se tornar um cristão era adepto do MANIQUEISMO, uma religião que pregava a luta incessante do BEM contra o MAL. Isto já é motivo para outro post......
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